A natureza contemplava meus olhos com imagens que, por mais que eu tivesse certeza ser real, parecia um sonho. Era algo que o tempo jamais poderá apagar de minha mente. O momento era sublime. Seu corpo banhado de prata pela luz da lua proporcionava-me pensamentos que flutuavam entre o sacro e o maldito. Beijei-a.
Pude sentir seu corpo acordar e beijei-a novamente. Não como fizera anteriormente. Beijei-a de uma maneira diferente. Um beijo mais profundo. Um beijo profano. Um arrepio percorreu sua alma. Pude senti-lo.
Minhas mãos começaram a percorrer suas pernas de uma maneira sôfrega e desordenada. Parei um instante e afastei-me, apenas o suficiente para poder ter uma visão da escultura que encontrava-se junto a mim. Era maravilhosa. Isso a encabulou.
Sua pele era de uma maciez que, se tentasse descrevê-la, não seria fiel.
Olhei para seus seios e pude vê-los tentado furar a lua que ainda nos iluminava. Toquei-os. Com a firmeza e a delicadeza que um artista tocaria os seios de sua obra-prima. Já não tinha mais domínio sobre minhas ações. Não era mais o pensamento que me comandava e sim o desejo. E o meu desejo neste instante era o de ter mil bocas e mil mãos para poder beijar e acariciar todo o seu corpo.
Lentamente continuei acariciando seus seios e beijando-os. Fui percorrendo cada parte de seu corpo até chegar ao, que se poderia chamar de, paraíso. O sabor de seu néctar invadiu-me a boca e forças apoderaram-se de meu corpo, prestes a explodir.
Nossos corpos clamavam por essa explosão.
Parei.
Voltei a beijá-la começando pelos seios e lentamente descendo até ao paraíso.
O provar de seu néctar foi o bastante para que, alimentado, pudesse de ter forças para segurar o desejo que estava prestes a explodir em mim. Isso era possível para mim, mas não para ela. Seu corpo clamava por essa explosão.
Ainda não era o momento de deixar nossos bichos se soltarem. Parei.
A lua enchia a janela do quarto como um todo. Seu reflexo derramava-se sobre o chão cobrindo de prata um corpo desnudo. O seu corpo.
Essa visão conseguia, de alguma maneira que não sei como, atrair-me como as lâmpadas atraem as mariposas para sua luz. Passou por um instante essa imagem e percebi que, ao contrário das mariposas, eu não estaria sendo atraído para a morte, mas para a vida. |
Gostaria de poder perpetuar esse momento. Seu corpo ainda clamava e isso deixava-a ainda mais bela. Sua boca entreaberta era um convite que não pude e nem quis resistir.
Ao tocar seus lábios a explosão se fez. O gozo invadiu-a como se nada mais existisse. Seus braços apertavam seu corpo contra o meu, tornando quase impossível segurar o meu desejo.
Desvencilhei-me de seu abraço e beijei-a novamente. Seus lábios se abriram e pude penetrar sua boca e sentir sua língua dançando num ritmo frenético.
Nossos corpos acompanhavam o ritmo.
Meu sexo roçava o seu e um novo gozo tomou conta de seu corpo.
Continuei beijando-a. No pescoço, na orelha ao mesmo tempo que mordiscava-a. Minhas mãos apertavam seus seios e me detive neles.
Isso tudo era uma loucura. Suas pernas procuravam-me como se quisessem prender-me. Segurei-as e passei a beijá-las. Minha língua percorria suas coxas. Começava perto do paraíso e ia até seu pé.
Mordi seu calcanhar e pude ouvir, ao longe, um gemido de dor ou de prazer? Antes que pudesse perceber, seu corpo rebelou-se.
Esquivei-me e segurei-a firme. Nossa luta era outra e voltei ao seu pé. Agora, carinhosamente, passava minha língua por entre seus dedos e novamente ela gozou.
Rapidamente subi para seu sexo, tomei-o em minha boca e minha língua manipulou-o. O gozo que começara de uma forma leve, avolumou-se. Suas pernas tremiam, fora de controle. Quanto mais elas tremiam, mais eu manipulava seu sexo com minha língua. Suas mãos tentaram afastar-me para que parasse. Em vão.
Uma tormenta invadiu-a quebrando todas as barreiras, derrubando, uma a uma, suas defesas. Soltei-me de suas pernas, percorri seu corpo a procura de sua boca e, ao encontrá-la, meu corpo invadiu o seu.
Penetrei o mais fundo que me foi possível e pude sentir-me tocando sua alma. Suas pernas prenderam-se em minhas costas e, convulsivamente, gozamos.
Não posso precisar se foi o céu que desabou sobre mim ou se, até ele, subi. Só sentia que estava lá. Eram sensações maravilhosas. Sentia-me flutuando dentro dela. Ainda continuava preso e a noção de tempo não mais existia.
Suas pernas foram relaxando de seu abraço e soltando-me, escorreguei para seu lado.
A paz reinava em nossos corpos |